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sexta-feira, 14 de setembro de 2012


Na natureza, andorinhas são como ‘faxineiras’
 SÉRGIO TEIXEIRA

Andorinhas na fiação elétrica: importantes ao meio ambiente
Foto: Divulgação

As primeiras revoadas de andorinhas na praça Getúlio Vargas, no bairro Higienópolis, já podem ser observadas pela população. Para muitos moradores, o espetáculo no céu é motivo de transtorno, pois os animais deixam o espaço repleto de fezes. Em contrapartida, especialistas lembram que estas aves são verdadeiras "faxineiras" do espaço público.

O biólogo José Luís de Carvalho Sales explica que as andorinhas começam a chegar a Araçatuba no verão, fugindo das regiões mais frias do continente em busca de calor. Elas devem permanecer na cidade até o início do inverno, período em que irão promover uma verdadeira limpeza na cidade, comendo vários tipos de insetos indesejáveis para o ser humano.

"Elas se alimentam de insetos, fazendo um trabalho público para a gente", explica Sales. Mas, por que as andorinhas adotaram justamente a praça Getúlio Vargas? O biólogo diz que ocorre uma relação de gerações, semelhante com as tartarugas marinhas. "Nós temos um grupo específico que passa por Araçatuba. Os filhotes seguem a mesma rota das mães", acrescenta.

LIMPEZA
"Vou aproveitar esse fim de ano para frequentar a praça. Quando começar a chover, o fedor das fezes vai ser tão grande que nem vai dar coragem de vir até aqui", diz a auxiliar administrativa Carolina Delamura de Souza, 29, prevendo que a Getúlio Vargas fique imunda com as fezes das andorinhas.

Para diminuir os possíveis transtornos de saúde à população, especialmente os relacionados a problemas respiratórios, Sales diz que a solução é realizar a limpeza periódica dos locais onde as aves migratórias depositam as suas fezes. "A prefeitura mantém limpeza periódica na praça", afirma. Na última quinta-feira, quando a Folha da Região esteve na Getúlio Vargas, a pista de caminhada estava limpa, mas fezes já estavam espalhadas em parte do gramado.

Sobre a sensação de que as andorinhas estão invadindo o espaço urbano, Sales é categórico: "Elas não estão invadindo, pois já estavam aqui há muito tempo. Quem invadiu fomos nós, mas agora temos o papel de manter a rota natural destas aves."

FISCALIZAÇÃO
O tenente Jeferson Valdemir Miranda, comandante da Polícia Ambiental em Araçatuba, lembra que a andorinha, apesar de não ser animal silvestre, também está protegida pela Lei de Crimes Ambientais. "A lei também contempla animais em rota migratória", acrescenta. Ele orienta os moradores que tiverem informações sobre situações de crimes contra a fauna a entrarem em contato com o órgão para fiscalização. O telefone é (18) 3622-1250 ou o 190 da Polícia Militar.



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