Na natureza, andorinhas são como ‘faxineiras’
Andorinhas na fiação elétrica: importantes ao meio ambiente
Foto: Divulgação
As primeiras revoadas de andorinhas na praça Getúlio Vargas,
no bairro Higienópolis, já podem ser observadas pela população. Para muitos
moradores, o espetáculo no céu é motivo de transtorno, pois os animais deixam o
espaço repleto de fezes. Em contrapartida, especialistas lembram que estas aves
são verdadeiras "faxineiras" do espaço público.
O biólogo José Luís de Carvalho Sales explica que as
andorinhas começam a chegar a Araçatuba no verão, fugindo das regiões mais
frias do continente em busca de calor. Elas devem permanecer na cidade até o
início do inverno, período em que irão promover uma verdadeira limpeza na
cidade, comendo vários tipos de insetos indesejáveis para o ser humano.
"Elas se alimentam de insetos, fazendo um trabalho
público para a gente", explica Sales. Mas, por que as andorinhas adotaram
justamente a praça Getúlio Vargas? O biólogo diz que ocorre uma relação de
gerações, semelhante com as tartarugas marinhas. "Nós temos um grupo
específico que passa por Araçatuba. Os filhotes seguem a mesma rota das
mães", acrescenta.
LIMPEZA
"Vou aproveitar esse fim de ano para frequentar a
praça. Quando começar a chover, o fedor das fezes vai ser tão grande que nem
vai dar coragem de vir até aqui", diz a auxiliar administrativa Carolina
Delamura de Souza, 29, prevendo que a Getúlio Vargas fique imunda com as fezes
das andorinhas.
Para diminuir os possíveis transtornos de saúde à população,
especialmente os relacionados a problemas respiratórios, Sales diz que a
solução é realizar a limpeza periódica dos locais onde as aves migratórias
depositam as suas fezes. "A prefeitura mantém limpeza periódica na
praça", afirma. Na última quinta-feira, quando a Folha da Região esteve na
Getúlio Vargas, a pista de caminhada estava limpa, mas fezes já estavam
espalhadas em parte do gramado.
Sobre a sensação de que as andorinhas estão invadindo o
espaço urbano, Sales é categórico: "Elas não estão invadindo, pois já
estavam aqui há muito tempo. Quem invadiu fomos nós, mas agora temos o papel de
manter a rota natural destas aves."
FISCALIZAÇÃO
O tenente Jeferson Valdemir Miranda, comandante da Polícia
Ambiental em Araçatuba, lembra que a andorinha, apesar de não ser animal
silvestre, também está protegida pela Lei de Crimes Ambientais. "A lei
também contempla animais em rota migratória", acrescenta. Ele orienta os
moradores que tiverem informações sobre situações de crimes contra a fauna a
entrarem em contato com o órgão para fiscalização. O telefone é (18) 3622-1250
ou o 190 da Polícia Militar.
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