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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A sobrevivente da safra 2012 de "Cana-de açúcar" [VÍDEO]

O outro lado da Sustentabilidade.


Oi sou o bebê Gato Mourisco selvagem, acabei de chegar ao zoológico e tenho algumas semanas de vida. Você pode perguntar o que estou fazendo aqui no Zôo, então essa é a historia. Eu tenho hábito de viver em bordas de banhados, beira de rios ou de lagos, sou também encontrado em lugares secos, com vegetação aberta. Minha alimentação pode ser tanto de mamíferos, aves e pequeno lagartos.
A região que moro é tomada pela agroindústria, em especifico a cana-de-açúcar, que na época da colheita sempre me traz muitos problemas. Com queimadas, há um alto fluxo de veículos pesados como as colhedeiras de cana e as carretas enormes chamadas de treminhões. Isso tudo faz muito barulho e afugentam nossos pais e nós que somos muito pequenos ficamos para trás.

Usina de Cana-de-açúcar  



















Eu e meu irmãozinho ficamos sozinhos e após dias sem nossa mãe, resolvemos sair pra procurá-la. Nunca tínhamos saído de nossa toca, às vezes chegávamos até a porta e a única coisa que víamos era um céu lindo e muito azul. Mas agora além do céu azul vejo tudo cinza e aquele barulho horrível parece ser uns monstros estranhos gigantes.


Andamos dias e noites, mas nada de nossa mãe aparecer. Meu irmão já estava muito cansado e com muita fome e chorava o tempo todo.  Eu ficava brava com ele, pois minha mãe disse que fora de nossa toca tínhamos que ficar em silêncio, pois além dos monstros gigantes e barulhentos existem predadores que se alimentam de filhotes.
À noite dormíamos abraçados com medo e por causa do frio. De dia o sol estava muito quente e a única água era de manhã era do orvalho. Mas meu irmão continuava a gritar e chorar muito agora por causa da saudade da mamãe, da fome e sede.


Agora vem a parte triste da história, estávamos continuando nossa busca pela nossa mãe quando, de repente, surgiu do céu azul, um monstro de asas longas levou o meu irmão para o infinito céu. Eu gritava muito até não conseguir mais vê-lo. Agora tenho muito medo do céu.

Quando eu gritava pelo meu irmão uma dos monstros gigantes parou. Saiu lá de dentro um ser esquisito, meio desengonçado que eu nunca tinha visto antes. Minha mãe até tinha me falado sobre o ser humano e que era perigoso.  Tentei correr, mas, não teve jeito, ele me pegou e me levou para dentro do monstro gigante. Depois de várias horas havia vários desses seres desengonçados, uns me olhavam com medo, outros ficavam me pegando. Escutei eles me chamarem de filhote de onça.


Algumas horas depois chegaram alguns humanos que me conheciam, pois quando me viram logo disseram que eu não era uma onça, mas sim um filhote gato mourisco. Agora estou em um lugar bem legal onde não fico mais sozinha, pois sempre tem um humano legal e carinhoso comigo e me dão de comer. Daqui pra frente será outra história



Um comentário:

  1. Ficou ótimo o texto, e agora vamos dar a esta criança um amor que ela merece, melhor seria se estivesse na vida selvagem... mais fazer o que...nos restar lutar pela preservação dos habitats para que esta história não se repita.

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