O outro lado da Sustentabilidade.
A região
que moro é tomada pela agroindústria, em especifico a cana-de-açúcar, que na
época da colheita sempre me traz muitos problemas. Com queimadas, há um alto
fluxo de veículos pesados como as colhedeiras de cana e as carretas enormes
chamadas de treminhões. Isso tudo faz muito barulho e afugentam nossos pais e
nós que somos muito pequenos ficamos para trás.
Usina de Cana-de-açúcar |
Eu e meu
irmãozinho ficamos sozinhos e após dias sem nossa mãe, resolvemos sair pra
procurá-la. Nunca tínhamos saído de nossa toca, às vezes chegávamos até a porta
e a única coisa que víamos era um céu lindo e muito azul. Mas agora além do céu
azul vejo tudo cinza e aquele barulho horrível parece ser uns monstros
estranhos gigantes.
Andamos
dias e noites, mas nada de nossa mãe aparecer. Meu irmão já estava muito
cansado e com muita fome e chorava o tempo todo. Eu ficava brava com ele, pois minha mãe disse
que fora de nossa toca tínhamos que ficar em silêncio, pois além dos monstros
gigantes e barulhentos existem predadores que se alimentam de filhotes.
À noite
dormíamos abraçados com medo e por causa do frio. De dia o sol estava muito
quente e a única água era de manhã era do orvalho. Mas meu irmão continuava a
gritar e chorar muito agora por causa da saudade da mamãe, da fome e sede.
Agora
vem a parte triste da história, estávamos continuando nossa busca pela nossa
mãe quando, de repente, surgiu do céu azul, um monstro de asas longas levou o
meu irmão para o infinito céu. Eu gritava muito até não conseguir mais vê-lo.
Agora tenho muito medo do céu.
Quando eu gritava pelo meu irmão uma dos monstros gigantes parou. Saiu lá de dentro um ser esquisito, meio desengonçado que eu nunca tinha visto antes. Minha mãe até tinha me falado sobre o ser humano e que era perigoso. Tentei correr, mas, não teve jeito, ele me pegou e me levou para dentro do monstro gigante. Depois de várias horas havia vários desses seres desengonçados, uns me olhavam com medo, outros ficavam me pegando. Escutei eles me chamarem de filhote de onça.
Algumas
horas depois chegaram alguns humanos que me conheciam, pois quando me viram
logo disseram que eu não era uma onça, mas sim um filhote gato mourisco. Agora estou
em um lugar bem legal onde não fico mais sozinha, pois sempre tem um humano
legal e carinhoso comigo e me dão de comer. Daqui pra frente será outra
história
Ficou ótimo o texto, e agora vamos dar a esta criança um amor que ela merece, melhor seria se estivesse na vida selvagem... mais fazer o que...nos restar lutar pela preservação dos habitats para que esta história não se repita.
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